Acho que realmente gosto de sonhos ou de viajar nas neuroses e psicoses alheias. Depois de me deparar com Alice no seu País das Maravilhas, encontrei a Coraline, indo e vindo para um lugar não tão maravilhoso quanto aparentou ser. No filme dirigido por Henry Selick (2009). Baseado no livro (2002) de mesmo nome, do autor Neil Gaiman. A adaptação em animação Stop-motion, revela uma história um tanto que infantil, porém não tão infantil assim. Levando então a se tornar uma história que realmente prende a atenção de todas as idades.
Coraline tem 11 anos e acaba de se mudar para uma nova casa com seus pais, porém, eles não param de trabalhar. Com isso a personagem se vê totalmente sem atenção de ambos. Totalmente sozinha, não vê graça nenhuma na casa nova e a acha totalmente entendiante. Explorando a casa, ela encontra uma porta pequena, que ao abrir encontra apenas uma parede de tijolos. Saindo para para passar o tempo e encontrar algo legal para fazer, acaba conhecendo seus novos vizinhos que também para a garota não são nada mais que pessoas tão entediantes quanto a casa.
Além da falta de atenção dos pais, a personagem sente uma insatisfação muito grande com a mãe, que nunca faz um jantar gostoso para a família. Depois de um dia chato e um jantar nada gostoso, ela vai dormir. No meio de seu sono, ela "acorda" e é levada por um camundongo até a portinha, que diferente de antes não tem mais uma parede de tijolos impedindo a passagem para o outro lugar secreto. Coraline se depara com um túnel comprido igual a um cordão umbilical. Destemida e cheia de curiosidade atravessa este túnel afim de explorar tudo.
No outro lado ela descobre uma dimensão totalmente igual a sua, porém, tudo aparenta ser muito melhor. Lá tudo é extremamente lindo e mágico, sua mãe prepara comidas deliciosas, seu pai cuida do jardim e cultiva plantas maravilhosas. Seus vizinhos são alegres e motivados. Um mundo perfeito... até vermos os olhos de botões! (O que eu achei macabro)
Continuando nesse mundo maravilhoso, Coraline descobre que nem tudo é o que parece. Primeiro descobre que seus pais alternativos querem aprisiona-la de sua família, comer sua vida e capturar seus olhos. Quando Coraline tenta sair desse mundo alternativo, não consegue acordar de seu sonho. O que eu achei uma completa psicose da menina. Enfretando a solidão sozinha criou esse mundo em seus sonhos e se perdeu do caminho de volta. Depois descobre que as maravilhas que encontrou eram todas farças feita pela mãe alternativa (Essa se parece muito com o Id) apenas para garantir que a personagem se sentisse a vontade no meio de tudo.
Quando Coraline consegue voltar a realidade, sente falta dos seus pais que estão desaparecidos (Foram capturados pela mãe alternativa). Ela sentiu um grande peso na consciência por ter ido a um novo mundo paralelo e ter deixado seus pais verdadeiros de lado. Esses que ela realmente ama, mesmo com tudo que lhe causa insatisfações. Uma armadilha é preparada para que ela volte ao mundo alternativo e fique presa para sempre nessa psicose, afim de alimentar as vontades da mãe alternativa. A garotinha volta então e enfrenta o que for preciso para libertar seus pais e si mesma desse lugar que era apenas uma isca para captura-la.
Coraline só consegue se safar com a ajuda de um gato preto (que muito me lembrou ser o ego. Mediador entre a realidade e o mundo alternativo). Quando Coraline liberta seus pais, se sente sem a culpa de te-los trocado por pais alternativos, podendo então voltar a realidade e ter essa aventura nas lembranças. Quando uma parte da mãe alternativa tenta ainda capturar Coraline, são recaídas que a menina enfrenta, mas se sobre saí muito bem e encontra alguém que ela pode conversar sem parecer uma criança louca e sonhadora.
É um filme ótimo, acho que é capaz de deixar algumas crianças com um certo medo e pode fazer com que alguns pais queiram ser o melhor para seus filhos para não prejudica-los. É realmente para todas as idades, cai muito bem em uma tarde de domingo tranquila com boa companhia!
Até mais
Coraline é um dos meus livros preferidos, o filme, apesar das grandes diferenças com o livro, também é muito bom, conseguindo trazer aquele ar de terror encontrado na obra de Neil. Parabéns pela resenha, escrita e escolha ahauha sim, foi uma ótima escolha! Parabéns pelo blog também!
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